A gravidez é algo de bom e mágico que acontece na vida de mães e pais, mas que por vezes desencadeia uma serie de dúvidas e incertezas junto de grávidas e futuras mães, estando a gravidez de risco no topo dos principais receios destas mulheres.
O que pode levar uma gravidez a ser considerada de risco? Em que é que se caracteriza?
Gravidez de Risco
Partindo do significado unânime do termo, a gravidez de risco assume forma quando associada a um conjunto de situações e factores que não sendo geridos com prevenção e cuidado podem originar sérias complicações durante o período de gestação do bebé.
A Dra. Fátima Palma descreve algumas dessas situações e quais os cuidados e precauções a tomar para evitar qualquer risco.
Doenças crónicas e durante a gravidez
A existência de algumas doenças crónicas, principalmente se interferirem com o normal desenvolvimento da gravidez, pode tornar uma futura gravidez numa gravidez de risco, como por exemplo: diabetes, hipertensão, epilepsia, artrite reumatóide, problemas do coração, dos rins e da tiróide. Também se sofrer de anemia grave, hipertensão ou diabetes durante a gravidez deve adoptar cuidados especiais.
Antecedentes familiares
Um histórico familiar de gravidez de risco, principalmente do lado materno, também coloca, na grande maioria dos casos, a actual gravidez numa situação mais delicada. Por exemplo, se alguém da sua família teve pré-eclampsia, existe um risco acrescido de pré-eclampsia numa futura gravidez.
Consumo de tabaco e drogas
O consumo regular de álcool, tabaco e drogas pode também ter consequências negativas no decurso do período gestacional. Por exemplo, a nicotina, um dos componentes do tabaco, reduz a passagem de sangue da placenta para o feto, reduzindo a quantidade de oxigénio e nutrientes recebidos e provocando baixo peso. O consumo regular de tabaco pode também causar aborto espontâneo, gravidez ectópica, parto pré-termo, descolamento da placenta e aumento das complicações antes e após o parto. Outros problemas resultam do consumo regular de álcool e drogas, pelo que, se a grávida não abandonar tais hábitos, a gravidez deve também ser considerada de risco.
Gravidez gemelar
Uma mulher grávida de gémeos tem maior propensão para ter complicações maternas como anemia, hemorragias, hipertensão e infecções, entre outras. A anemia, por exemplo, é mais frequente na gravidez gemelar porque se dá um aumento da rede vascular e da síntese das células sanguíneas que levam ao esgotamento das reservas de ferro da mãe.
Idade superior a 35 anos
A partir dos 35 anos a probabilidade de surgirem complicações associadas à gravidez aumenta. E estas complicações podem passar pelo desenvolvimento de uma gravidez ectópica, placenta prévia, nascimentos prematuros, entre outros.
Esta é também a idade charneira para outro tipo de preocupações decorrentes de alterações genéticas dos cromossomas, que estão na causa de doenças como a Sindroma de Down (Trissomia 21), a Sindroma de Patau (Trissomia 18) ou a Sindroma de Edward (Trissomia 13).
Mas o avanço da medicina já possibilita a realização de exames de diagnóstico para este tipo de situações, como a amniocentese (recolha de uma quantidade de líquido amniótico que rodeia o feto) ou a biopsia das vilosidades coriónicas (recolha e análise de uma pequena amostra de tecido da sua placenta).
Défice ou excesso de peso
A falta ou excesso de peso podem causar dificuldades durante a gravidez. É importante ter uma alimentação variada e equilibrada, e ter em conta que, ao ser a única fonte de nutrição do bebé, a alimentação da grávida deve ser em qualidade e não em quantidade – não é necessário comer por dois – procurando fazer refeições pequenas e com intervalos regulares.