Graças aos avanços tecnológicos, os médicos têm hoje à sua disposição uma série de exames e de análises que lhes permitem identificar eventuais problemas.
Alguns, como a ecografia, são de rotina, mas outros são apenas indicados para mulheres que apresentem situações de risco – é o caso da amniocentese.
Este último, por exemplo, é considerado um teste “invasivo”, capaz de originar situações de aborto, sendo apenas aconselhado em casos específicos.
Devido aos riscos, ninguém é obrigado a fazê-lo, tratando-se de uma opção livre do casal. Assim, se lhe entregarem uma vasta lista de exames para fazer, não se assuste.
Vejamos alguns exemplos:
Ecografia
Este exame, feito sobretudo entre a 16ª e a 26ª semanas de gravidez, tem como objectivo ver se tudo corre bem com o bebé.
Pode ficar, assim, a saber como se está a processar o seu desenvolvimento e até, por vezes, confirmar a data provável do seu nascimento.
Abortos anteriores ou hemorragias no ínicio da gravidez podem ser razões para um controlo mais apertado: os primeiros meses são, assim, também alvo de uma ecografia.
Este é um exame de ultra-sons, usado há mais de 20 anos, que transforma em imagem os ecos dos sons produzidos pelos orgãos internos.
Análise ao sangue materno (AFP ou Alfafetoproteína do soro materno)
Para detectar eventuais problemas com o síndroma de Down (mongolismo) ou a espinha bífida, a análise ao sangue materno é feita entre a 15ª e 18ª semanas de gravidez.
Um nível elevado de AFP (proteína presente no sangue) pode indicar a presença de gémeos ou, ainda, a existência de espinha bífida. Já um nível inferior ao normal pode ser indicador do síndroma de Down.
Se a hipótese de alguma anormalidade for levantada, convém repetir o exame. Para confirmar de vez o diagnóstico, é necessário fazer uma amniocentese.
O objectivo é, em último caso, propor à mãe uma interrupção voluntária da gravidez. A realização deste tipo de exame não apresenta quaisquer riscos para com o bebé.
Biópsia coriónica
Este é o exame que permite, entre a 8ª e a 10ª semanas, identificar o sexo do bebé. Além disso, é eficaz quanto à detecção de eventuais deformações congénitas, como o já referido síndroma de Down.
A biópsia coriónica tem a vantagem de poder ser feita mais cedo que a amniocentese mas, por outro lado, não é tão precisa, podendo mesmo provocar um aborto.
Pode, ainda, aumentar alguns tipos de anomalia fetal quando feita cedo demais. Para este exame é preciso retirar um pouco do tecido que rodeia o líquido amniótico, em que o bebé está colocado.
Alterações têm sido introduzidas para aumentar o seu grau de segurança, mas este exame continua a apresentar alguns riscos.
Amniocentese
Apesar das situações de aborto rondarem o 1%, a amniocentese é mais segura que a biópsia coriónica já que o que se retira é líquido e não tecido do útero.
Quando feita entre a 14ª e a 18ª semanas, permite identificar o sexo do bebé, a espinha bífida e outras deficiências.
Este é um exame aconselhado a mulheres com mais de 35 anos ou que já tenham tido uma criança com alguma deficiência.
O exame consiste em introduzir uma agulha através do abdómen, com a ajuda de ultra-sons. Quanto aos resultados, só passado 2 a 4 semanas é que são conhecidos.
Estes são alguns dos exames mais comuns…
Entretanto, a investigação científica avança a olhos vistos, principalmente no que diz respeito à investigação genética. Hoje os cientistas já são capazes de identificar uma série de genes responsáveis por algumas doenças bastante graves, como a fibrose quística ou o síndroma Fragile X, responsável pelos atrasos mentais hereditários.
Por isso, já se pode encontrar nos hospitais consultas de aconselhamento genético para quem tenha antecedentes deste tipo de doenças na família.