Sempre um mistério estes primeiros meses em que o corpo se transforma e prepara para receber uma nova vida. São as alturas dos primeiros enjoos, das alterações hormonais e emocionais. Trata-se da forma do organismo se preparar para a experiência, embora alguns dos sintomas sejam mesmo desagradáveis.
Primeiras e já históricas são as náuseas e os vomitos. Algumas sortudas nem chegam a padecer deste problema, outras levam-no até ao final da gravidez. O normal é que desapareçam no fim do primeiro trimestre.
Para evitar ao máximo os efeitos destes enjoos, suprima o café, o álcool e o tabaco, que também são prejudiciais para o feto. Logo de manhã coma uma bolacha, um biscoito ou frutas secas antes de se levantar da cama, mesmo que não tenha vontade.
Evite estar em contacto com cheiros muito fortes. Se as náuseas forem intensas, o seu médico pode receitar-lhe medicamentos que não afectam o bebé, mas que lhe vão provocar sonolência.
Diz a sabedoria popular que quando a grávida tem azia, o bebé vai nascer com muito cabelo. Verdade ou não, o certo é que a azia costuma estar presente, o que se deve à distensão da “válvula” colocada entre o esófago e o estômago e que permite que os sucos gástricos voltem ao esófago. Evite as refeições tardias, muito condimentadas e beba leite.
As digestões tornam-se também mais difíceis à medida que a pressão do útero vai sendo maior sobre o estômago. Não faça refeições muito pesadas, coma pouco várias vezes ao dia. Sente-se sempre correctamente, de costas direitas e nunca dobrada para a frente ou demasiado encostada para trás.
Algumas grávidas queixam-se do aumento da salivação (ptialismo), que aumenta a sensação de náusea. Mascar uma pastilha elástica pode ajudar.
O aumento da vontade de urinar é outro dos sintomas desagradáveis. Reduza os líquidos que ingere depois do jantar. Ardor ao urinar e viagens demasiado frequentes à casa de banho, podem significar uma infecção urinária, pelo que deve consultar o médico.
As perdas de sangue durante os períodos em que a menstruação deveria aparecer não são muito estranhas. Tal acontece porque os níveis de progesterona não são suficientemente elevados para pararem por completo o fluxo menstrual.
Mas se tiver perdas de sangue em períodos que nada têm a ver com a altura da menstruação, acompanhadas de dores, consulte o médico, porque pode estar em risco de fazer um aborto espontâneo. Se for esse o caso, poderá ter de ficar em repouso por algum tempo.
A prisão de ventre é outro dos problemas e também aqui as responsáveis são as hormonas. O aumento de progesterona relaxa os movimentos do intestino o que conduz à prisão de ventre. Para evitar ao máximo esta situação inclua mais fibras na sua alimentação. Nunca tome laxantes sem se aconselhar com o médico. Use e abuse da água, sumos de frutas, batidos, refrescos chás para garantir que bebe muitos líquidos.
A prisão de ventre que se manifesta no início da gravidez provavelmente vai acompanhá-la durante os nove meses. A diarreia também pode ser sentida nesta fase, pelo que deve ingerir alimentos leves como o arroz, puré de batata, banana e ovos mexidos.
A pele e os seios também vão sofrer alterações. No início da gravidez é normal que a pele do rosto se apresente mais seca e com algumas borbulhas. Para o final do tempo, pode surgir pigmentação na barriga e nos mamilos e o rosto pode ficar com manchas (pano da grávida). Use um creme hidratante de manhã e ao deitar em todo o corpo. Evite os sabonetes e use o gel de banho, mais cremoso.
Os seios têm tendência a ficar mais inchados e doloridos ao toque, podendo mesmo aparecer algum leite. Não hesite e comece a usar um soutien apropriado para evitar que a pele dos seios se parta. Alterne os duches quentes com frios para favorecer a irrigação sanguínea.
Os primeiros tempos de uma gravidez, em especial se esta é a primeira, são sempre difíceis e emocionalmente desgastantes.
O que apresentamos são alguns dos sintomas que se manifestam no início da gravidez.
Agora que o seu bebé já dá sinais da sua presença, e quando julgava que as náuseas e azia eram coisas passadas, eis que surgem outros sintomas desagradáveis.
O cansaço é mais um dos extras que vem com a gravidez. Mesmo nas pequenas coisas do dia a dia o esforço é muito maior. Deve evitar ir sozinha efetuar compras para a casa e peça a alguém que a ajude a carregar os sacos. No local de trabalho, opte pelas tarefas mais leves ou tire umas semanas de baixa para recuperar as forças.
Por vezes o cansaço é acompanhado de palpitações, e se tal acontecer, procure imediatamente um local onde possa sentar-se. Se mesmo assim não ficar aliviada, baixe a cabeça sobre os joelhos para que o sangue chegue com maior facilidade ao cérebro.
Conforme o bebé vai crescendo, maior é também o esforço despendido. A barriga vai aumentando e o centro de gravidade altera-se, levando-a a colocar-se em posições incorretas. De forma a proteger as costas e prevenir que mais tarde venham a doer-lhe, habitue-se a assumir posições corretas de costas direitas e ponha de parte os saltos altos.
Alguns exercícios simples: estique os ombros para trás e o peito para fora e contraia os músculos das nádegas e da barriga e quando estiver em pé, mantenha os pés afastados. Uma ou duas vezes por dia, sente-se no chão de pernas cruzadas, porque esta posição a obriga a endireitar as costas, tornando-as mais flexíveis, diminuindo também o stress.
Nunca se dobre pela cintura para apanhar um objeto mas sim baixando-se pelos joelhos. Passe a tarefa de fazer a cama ou outro tipo de atividades em que tenha de estar numa posição baixa para outra pessoa.
A melhor forma de diminuir as dores das costas é uma postura correta enquanto dorme e para tal deve usar um colchão duro ou uma tábua por debaixo de um colchão mole.
Para algumas grávidas, deitar-se de costas provoca grande cansaço. Isto deve-se à pressão que o bebé exerce sobre as veias que transportam o sangue até ao coração. O melhor é deitar-se sempre de lado.
No final da gravidez algumas mulheres apresentam sinais comichão e prurido na pele, que pode afectar apenas a barriga ou todo o corpo, causando manchas e descamação. Use sempre roupas de fibras naturais e óleos ou cremes que aliviem a comichão.
Na gravidez, o corpo retém mais líquido do que o habitual, o que leva ao inchaço dos tornozelos e das pernas, e por vezes mesmo das mãos e das ancas. Não é grave se a tensão arterial se mantiver normal. Opte por sapatos confortáveis e descanse os pés numa posição mais elevada do que a cabeça, com as pernas apoiadas em almofadas.
As varizes são mais um dos problemas que pode ter de enfrentar, devido às alterações hormonais que ocorrem, assim como a pressão do útero sobre os vasos sanguíneos. Evite estar muito tempo de pé ou sentada com as pernas cruzadas e use meias de descanso.
O aumento da quantidade de sangue no organismo durante a gravidez torna mais provável o sangramento de tecidos sensíveis como o nariz e as gengivas. No primeiro caso, aperte as narinas para coagular o sangue, ou coloque uma toalha embebida em água gelada sobre o nariz. O entupimento é outro dos factores normais devido ao aumento do muco nasal.
Quando se está cansada, a única coisa que se pede é uma boa noite de sono. Mas aí estão as insónias a estragar todos os planos. A falta de uma posição confortável, à medida que o bebé cresce, pode ser remediada rodeando-se de almofadas ao velho estilo árabe. Também muitas das grávidas começam a ter pesadelos sobre o parto e o bebé quando se aproxima a altura do parto, que são tudo menos premonições mas meras formas do seu cérebro colocar em imagens as preocupações que a afligem.
Uma dieta alimentar saudável, com muitos vegetais, fruta e poucas gorduras e açúcares é essencial. Faça uma dieta à base de legumes crus, carne e peixe grelhados, fruta e produtos lácteos. Os vegetais são a ordem do dia em especial o espinafre, rico em ferro, que vai diminuir o risco de anemia.
No que respeita aos desportos, nada melhor do que a natação e a marcha. Vedada por completo está a equitação ou os desportos radicais.
Como acabou de ler, basta apenas atenção e cuidados, para evitar alguns dos sintomas mais desagradáveis da gravidez. Fique descansada que os sintomas que referimos não surgem todos na gravidez, são antes os mais comuns entre as grávidas.
E tenha uma gravidez feliz e saudável.