Trabalhar enquanto se está grávida parece ser uma tarefa fácil apenas de início. Depois, começa a má disposição, as tonturas e a situação torna-se quase insuportável.
A grávida de hoje em dia já não é como a grávida de antigamente. Não que a forma como se fica grávida tenha mudado ou alterado a sua aparência, mas na nossa sociedade e, actualmente, as mulheres a trabalhar atingem um número elevado e, por conseguinte, as grávidas a trabalhar são também cada vez mais.
Trabalhar enquanto se está grávida pode ser um risco, consoante o tipo de trabalho que se tenha, mas trabalhar durante a gravidez influencia também o próprio ritmo de trabalho e a sua rentabilidade natural. Assim, quanto mais avançada está a gravidez, e à medida que esta avança, é normal que a mulher se sinta mais cansada e com menos aptidão para desempenhar o seu trabalho.
O cansaço é muito difícil de combater, as dores nas costas tornam-se insuportáveis, bem como as pernas inchadas e o aumento de peso dificulta em demasia o seu trabalho. Por estes e outros motivos, a capacidade de concentração é menor, o cérebro não trabalha da mesma forma que antigamente, e o sono começa a ser um grave problema. Assim, tentar ser tão rentável como era antigamente no trabalho, é apenas possivel num período inicial e nunca quando a gravidez já vai avançada.
A mulher grávida, e que tenha sérias responsabilidades no emprego, acaba por não conseguir entregar-se a nenhuma das causas a tempo inteiro, isto é, nem à sua profissão nem ao seu futuro filho. Absorvida pelo trabalho, a gravidez vai sempre pesar mais e exigir o dobro de si. Assim, é importante perceber de antemão que as coisas não são tão lineares assim, e que deve tomar uma opção: carreira ou gravidez.
A lei prevê escassas regalias para as grávidas, mas aquilo a que actualmente se assiste deixa ainda muito a desejar. A grávida não pode ser despedida por estar grávida, mesmo que o seu rendimento esteja a ser bem inferior. Da mesma maneira que, o patrão não pode descontar-lhe nenhum dia por ir a uma consulta do médico ou por precisar de ir para casa, por se estar a sentir mal. A licença de parto, consagrada na lei, pode ser perfeitamente antecipada se pedir uma baixa, antes de o bebé nascer. Assim, os 98 dias concedidos à luz da lei, podem ser gozados posteriormente ao nascimento.
No trabalho, evite deslocar-se muito e faça sempre uma pausa de manhã e outra à tarde, para descansar a cabeça e o corpo. Leve o almoço de casa e assim certifica-se que está a comer aquilo que é aconselhável ao seu estado, colocando de parte supostas tentações na sua alimentação. Para além da necessidade de descansar com mais frequência, proveniente deste cansaço físico, a estabilidade emocional também não estará no seu melhor. Irritar-se-á com mais facilidade e estará mais sensível às pequenas coisas, que lhe sucedem no dia a dia.
A mulher grávida é uma pessoa como outra qualquer, mas ninguém consegue ir além das suas capacidades. Se está a ter aquela carreira de sonho, mas queria muito ter um filho, tem que fazer uma escolha acertada. Achar que consegue fazer tudo é errado, pois mais cedo ou mais tarde sentirá o peso do trabalho e da gravidez.