Quando as crianças são pequenas, aquilo que mais gostam e lhe dá verdadeiro prazer, é brincar. Não importa a brincadeira, desde que possam dar largas à sua imaginação…e brinquem. Aproveitem estas férias para fazer tudo o que não podem fazer ao longo do ano.
Este é um direito de todas as crianças, que vem consagrado na Carta dos Direitos da Criança, aprovada pelas Nações Unidas. Mas, nos dias de azáfama do meio urbano, nem sempre os pais têm tempo ou disponibilidade para brincar com os seus filhos. Brincar é muito positivo para qualquer criança, especialmente se a companhia, forem os próprios pais.
As crianças precisam de se distrair, mas acima de tudo brincar. Para além de ser um direito inerente a cada uma delas, este género de exercício desenvolve o seu aspecto físico e emocional, a sua habilidade, imaginação e sociabilidade. Os pais devem prestar atenção aos seus filhos, para que eles percebam o grau de valorização daquilo que estão a desenvolver.
Os pais limitam-se a comprar, muitos e caros presentes para os seus filhos, de forma a distraí-los convenientemente. É quase como se, os brinquedos fossem comprados porque os irá entreter por muitas horas e não, porque o brinquedo é pedagógico ou engraçado. O principal factor, é que os distraia o maior número de tempo possível, para não os chatearem. Isto, não está correcto, pois brincar sózinho produz nas crianças, o isolamento, como se nada daquilo que eles fizessem tivesse algum valor ou importância. É fundamental que a criança perceba, que tem o máximo apoio dos seus pais.
Os laços da criança não se devem remeter ao seu próprio mundo. Deve brincar com outras crianças, pessoas, familiares ou educadores. Este desenvolvimento e aptidão para a brincadeira é comum a todas as crianças, pois é a única forma de estabelecer contacto com outro mundo que não o seu. Aliás, a própria auto-estima da criança é criada a partir desta fase, na qual as suas brincadeiras são reconhecidas pelos pais. Se isto não acontecer, muito dificilmente as crianças na sua vida futura, terão um grau de auto confiança médio.
Ao brincar com elas, deve estar a fazer algo com prazer e, não como se a brincadeira fosse uma obrigação. Ainda que os pais disfarcem, as crianças rapidamente perceberão a sua falsa vontade de brincar. Se quiser pode mesmo fixar um horário para brincar, mas nunca lhe diga, após o seu filho a ter solicitado, que possivelmente, “logo” brinca com ele. As crianças sentem-se muito com esta resposta, pois muitas das vezes esse “logo”, nunca se concretiza.
O melhor companheiro para os seus filhos na brincadeira, é você mesmo. Contudo, quem é o verdadeiro protagonista da brincadeira é a criança, por isso não queira negar um pedido dele, ainda que a brincadeira lhe possa parecer chata ou maçuda. Eventualmente, poderá estipular uns dias próprios para determinadas brincadeiras, de forma a que possam variar um pouco. Isto porque, as crianças quando gostam muito de qualquer coisa, não a trocam por nada deste mundo e, é normal que apenas queiram brincar aquilo e a nada mais. Mas, podemos sempre explicar-lhes que têm que ser feitas concessões, um dia brinca-se a isto e, amanhã brincamos a outra coisa. Faça-os ver que é muito positivo variar e, que podem sempre aprender coisas novas.
O tempo com os seus filhos deve considerar-se sagrado, como se fosse uma real e uma autêntica relíquia. Nunca deve brincar para educar, mas sim brincar, apenas por brincar. Quando os pais misturam ambas as vertentes em determinadas situações, isso é algo que aborrece muito as crianças. Porém, como alternativas a estas brincadeiras caseiras ou não, pode-se ir sempre a uma ludoteca. Aqui, encontra um espaço somente dedicado à brincadeira e, as variantes são muitas. É um bom local para as crianças disfrutarem do prazer de brincar com outras crianças, aprendem a partilhar e acabam por ser menos egoístas, respeitando aquilo que não é só seu, mas de todos os que ali se encontram. Os animadores especializados nestes tempos livres e a vasta componente de jogos e diversão, constituem os principais atractivos das ludotecas.
Aprenda a brincar com o seu filho. Faça da brincadeira uma arte e um tempo bem passado.