Como partilhei convosco toda a minha aflição de início venho agora falar-lhes de coisas boas. (vejam a minha história nos testemunhos com o mesmo título)
Sabem, às vezes as coisas têm que correr mesmo muito mal para ficarem bem definitivamente.
Quero dizer-vos que fiquei durante muito tempo em casa dos meus Pais com o meu filho, mas as coisas não correram bem. O meu Pai tornou-se alcoólico e não nos dava um minuto de sossego. Quando eu dava de comer ao meu filho estava sempre a controlar. “Não dês isso, não faças assim, dá-lhe água, o menino não quer comer, etc etc”. E como era com a comida era também assim com muitas outras coisas.
Como eles é que passavam o dia todo com o bebé, ficaram com a sensação que seriam os “Pais” dele. E quando eu chegava a casa, cansada do trabalho, a criança não ficava radiante ao ver-me, já me sentia mais irmã do que Mãe. O meu filho à hora de deitar queria que fosse a minha Mãe a cantar para ele. Quando fazia dói dói, era para o meu Pai que corria. Eu compreendia, cheia de dôr.
Uma noite o meu Pai veio bêbado para casa e fez imenso barulho, começou inclusive a bater na porta do quarto onde o bebé já dormia. Ameaçou bater-me, agarrei na trouxa e levei o que pude em poucos minutos, a minha Mãe foi comigo, porque não queria ficar longe do bebé e estava obviamente preocupada conosco.
Ficamos em casa de uma tia, durante um mês… mas depois, voltámos. O meu Pai havia prometido que não voltaria a beber. Um mês depois já tinha quebrado a promessa feita. Voltou a beber e no dia 7 de Abril (dia em que o meu filho fez 15 meses) voltou a ameaçar bater-me e inclusivé ameaçou a minha Mãe, isso eu não admiti e meti-me à frente dele… conclusão.. não aguentei mais e com a roupa que tinha no corpo, saí de casa com o meu bebé, com só uma mochila às costas.
Fui ter com o Pai do meu filho e agora vivemos juntos, os 3, em harmonia. Tudo corre lindamente. O meu filho continua a ficar na casa da Avó durante o dia e vou buscá-lo depois do trabalho. Nunca mais lá dormiu uma única noite. O processo de impugnação de paternidade do meu “ex marido” continua a decorrer e o divórcio virá depois. O meu ex-marido tem evitado ver a criança, pois quer desprender-se, diz que lhe faz mal vê-lo.Enfim, devagarinho as coisas vão se recompondo. TEmos uma casa onde muita coisa falta, mas o AMOR enche todos os cantinhos vazios.
Obrigada por ouvirem!