Existe numa terra muito, muito distante, a terra dos anões. Gostaria que me acompanhassem para chegarmos todos juntos. Fechem os olhos suavemente sem apertar como se fossem dormir. Procurem deixar a boca meio aberta para ajudar a respiração. E agora vamos lá! Imaginem uma enorme floresta
de árvores rechonchudas e cheia de plantas muito verdinhas.
Ao longe a neblina vai se aproximando. A sua cor é lilás, muito suave quase azul. Os raios do sol insistem em filtrar a neblina, estendendo-se até o chão… Isto tudo junto dá-nos uma enorme sensação de paz e tranquilidade. Ouvem-se os pássaros o rufar das folhas das árvores! E o silêncio que vai invadindo tudo. Assim relaxados vamos ouvir a história da terra dos anões.
Sentadinho por debaixo de uma das árvores estava um anãozinho muito enroladinho, porque sentia muito frio por causa de toda aquela neblina. Tinha dormido algumas horas e quando acordou assustou-se. Há quanto tempo estaria ali?
O sol ainda estava escondido pela neblina, então ainda era muito cedo O seu nome era Rico e era ainda um menino. Muito pequenino, mas ainda iria crescer mais um pouco. Gostava de dar estes passeios no meio da floresta, embora às vezes sentisse um pouco de medo.
Levantou-se e com uma varinha na mão começou a vasculhar ali por perto. A vegetação era bem densa, mas dava para ver-se o chão. Raspa aqui e acolá, olha para as árvores tão altas para ele, até que de repente a sua varinha bate numa coisa muito dura no chão… Deu um salto, e com cautela foi-se aproximando para ver o que havia ali. No chão, como que plantada havia uma espécie de tábua.
Ora, ora, que seria aquilo? Muito curioso e cheio de idéias achou uma maneira de levantar a tal
tábua. Força e mais força e nada da tampa sair… Resolveu cavar ao redor da tábua. E foi assim depois de muito tempo, que percebeu que havia resolvido o problema.
E agora tiro ou não? O que será que está aqui dentro? Cheio de curiosidade e com um pouco de medo também, resolveu removê-la. Foi puxando de um lado, do outro, puxando… Pronto saiu! Era um buraco! E agora entro? Mas está escuro lá no fundo…
Ficou sentadinho na beira do buraco, quando então começou a ouvir um barulho que vinha do fundo. Prestou bastante atenção e concluiu; É o mar? Mas dentro de um buraco! Estava tão curioso que entrou pelo buraco escorregando até ao final…
E, caiu numa enorme poça de água. Estava do outro lado. Havia muitas caixas, pedras, etc,… parecia mesmo um depósito.
Vasculhou tudo o que podia, pois o lugar era muito escuro. Conseguiu ver o conteúdo de algumas caixas… Estava muito surpreso. Nada era como na sua terra, tudo era enorme!
Onde estaria então? Na terra dos gigantes, seria? Muito assustado voltou com dificuldade para a floresta. Colocou a tábua quase que no mesmo lugar, pois era pesada. Iria contar aos seus pais o
achado e com a sua ajuda poderia ver melhor tanta coisa diferente que havia lá em baixo. Voltou para casa muito sujo e cansado. A sua casa era como todas as outras, pequenina, mas de acordo com o seu tamanho e as suas necessidade. Contou ao pai o que havia acontecido. Para sua surpresa o pai não se alarmou.
Diz meu filho, precisas de alguma coisa? Não meu pai. Rico, foste mexer onde não devias. Há muitos anos atrás, existia ali uma comunicação com a terra dos gigantes. Foi penoso para nós, vivermos sempre escondidos sem termos a nossa terra. Hoje vivemos aqui e temos tudo o que precisamos. Aquela terra foi soterrada pela natureza, nem sabemos se os gigantes ainda vivem lá. Só que eles não poderão nunca subir pelo buraco pois é muito estreito, e nós não devemos descer, pois não podemos trazer nada para cá, mas também não precisamos!
Colocamos aquela tábua como um marco, para nos lembrarmos que existiu o perigo um dia. E assim a paz voltou ao coração de Rico que já estava a imaginar mil coisas sobre o tal buraco. Como é bom poder dormir por baixo das árvores, ver o sol, brincar com a neblina… Para quê procurarmos aventuras que depois irão tirar-nos o sossego!
Chamou os amiguinhos e formaram um grupo bem grande, foram para a floresta procurar os ninhos dos pássaros e frutas silvestres, acender uma fogueira e brincar muito, muito mesmo e com muita paz.
Continua a relaxar, não entres no buraco não… Volta para a floresta e apanha uns raios do sol e observa o grupo do Rico a brincar. Brinca também, afinal estás na terra dos anões…