Na fazenda do padrinho, perto de Taubaté, onde Vera e Lúcia gostavam de passar as férias, corre o rio Paraíba. Rio imenso, silencioso e de águas barrentas.
Ao atravessar a fazenda ele fazia uma grande curva para a direita e desaparecia atrás da mata. Mas, subindo-se ao morro mais alto da fazenda, tornava-se a avistá-lo a uns dois quilómetros de distância e nesse lugar, bem no meio do rio, via-se uma ilha que na fazenda chamavam de “Ilha Perdida”. Solitária e verdejante, parecia mesmo perdida entre as águas volumosas.
Quico e Oscar, os dois filhos do padrinho, ficavam horas inteiras sentados no alto do morro e conversando a respeito da ilha. Quem viveria lá? Seria habitada?
Teria algum bicho escondido na mata ? Assim à distância, parecia cheia de mistérios, sob as copas altíssimas das árvores; e as árvores eram tão juntas umas das outras, que davam a impressão de que não se poderia caminhar entre elas . Oscar suspirava e dizia:
– Se algum dia eu puder ver a ilha de perto, vou mesmo.