São muitos os bebés que escolhem precisamente aquelas horas do final do dia, em que os pais estão mais cansados e a única coisa que procuram são alguns minutos de descanso no sofá, para chorarem como se o mundo estivesse prestes a acabar.
Quando o instinto de pais se activa é para proporcionar tudo o que for necessário ao seu bebé, mas se este chora desalmadamente e nada parece consolá-lo, o que se pode fazer?
É neste desespero que muitos pais se encontram, sem resposta para esta situação, em que nem os mimos, nem a alimentação acalmam o choro convulsivo.
Esta é uma disfunção do bebé que surge na segunda ou terceira semana de vida e que pode mesmo prolongar-se até aos três meses, sem consequências para a saúde do bebé, mas altamente intranquilizante para os pais.
Intitulada por alguns especialistas de “stress do fim do dia” é tida como uma reacção do bebé às tensões que o rodeiam, em especial às frustrações da família face a um novo membro que é extremamente exigente.
Sem forma de verbalizar e de interagir com a família, o choro é a única forma encontrada como válvula de escape.
É uma etapa normal e que deve ser encarada de forma natural por parte dos pais e familiares, sem desesperos. Essencial é deixá-lo chorar um pouco e não ir a correr de cada vez que o ouve choramingar, evitando embalá-lo apenas para ele se calar. Isto vai levar o bebé a usar esse estratagema para nunca ficar sozinho.
Aproxime-se do berço e fale-lhe baixinho, mimando-o um pouco. O melhor é alternar períodos de colo com mimos no berço.
Se ele adormecer a crise está acabada, mas se ficar acordado, vai estar mais calmo e é a altura ideal para lhe dar banho tranquilamente ou brincar um pouco com ele.
Não se deixe abalar por sentimentos do género: “ele chora porque não sou boa mãe/pai” porque não é o que acontece.
Trata-se apenas da forma que o seu bebé tem de comunicar com o mundo, o que deve ser respeitado, porque se trata dele adquirir a sua autonomia.