Nos dias de hoje cada vez mais a separação do bebé da mãe é uma realidade, não é permitido que se criem vínculos importantíssimos para o futuro desenvolvimento da criança.
Antes de nascer, o bebé encontra-se ligado a todos os movimentos corporais da mãe e aos seus sentimentos. Em muitas regiões do mundo, depois do nascimento a criança continua a acompanhar a mãe, sendo carregada junto ao seu corpo, enquanto esta realiza as suas tarefas. É alimentado ao peito assim que começa a choramingar, ouve e sente as vibrações das palavras e das canções da mãe.
As vidas cada vez mais agitadas não permitem que a criança tenha o contato necessário com os progenitores, excepto durante aqueles que o Governo acha por bem conceder a uma mãe ou pai trabalhadores. Nos países mais industrializados, esse vínculo tem vindo a perder-se uma vez que a nossa sociedade encontrou uma série de sistemas engenhosos para separar a mãe do seu bebé.
Temos o parto com anestesia, de modo que a mãe perde a noção de ter sido ela a dar à luz. Após o parto, o bebé é imediatamente levado para o berçário onde é tratado por outras pessoas, sendo o contacto com a progenitora realizado muito mais tarde. No entanto, está provado que as mães que podem tocar nos seus filhos logo após o parto, acariciando-lhes os membros e o rosto, criam um vínculo muito mais profundo do que aquelas que apenas lhes tocam algum tempo depois.
Em relação à mãe as coisas também não são mais fáceis. Espera-se que a mulher que deu à luz tenha uma rápida resposta às exigências da sua nova tarefa. Raramente permanece na maternidade o tempo suficiente para recuperar fisicamente, mesmo em casos de cesariana. Em tudo está implícita a mensagem que a parturiente deve estar apta a recuperar por si só e a cuidar do novo bebé.
Criou-se a ideia que amamentar seria mau para a mãe, e eis que surgem os leites preparados e o biberão, que impedem a criação do vínculo mais importante durante os primeiros tempos da vida da criança.
Surge depois a cadeira do bebé, onde este fica durante o tempo em que se mantém acordado, de modo a que não seja necessário pegar-lhe ao colo quando está acordado ou agitado, ou mesmo quando precisa de ser transportado.
Existe ainda a crença de que não se deve dar muito colo a crianças pequenas para que não fiquem mimadas. Quem afirma tal não sabe que o dar colo é a forma inteligente que a Natureza proporciona de forma a que o bebé receba todo o amor e carinho de que necessita, dando-lhe a mesma sensação de segurança e conforto que tinha no útero.
Além disso, isto vai dar-lhe um outro factor muito importante para a sua segurança: consegue ouvir o ritmo do coração da mãe, tal como acontecia antes de nascer. Por isso, qualquer mãe pode abusar do colo durante os primeiros meses, até porque depois ele vai querer ir para o chão brincar e dificilmente retorna ao colo.
É importante que, enquanto segura o seu bebé ao colo, exista um contacto visual entre ambos. O recém-nascido precisa de ver a mãe pois é para ela que vai sorrir a primeira vez e é dela que vai receber o sorriso de resposta, permitindo-lhe estabelecer a sua primeira forma de comunicação. Uma criança que sorri e não obtém resposta, acaba por desistir.