São muitas as mulheres que receiam as relações sexuais durante a gravidez, mas haverá mesmo motivos para medos?
Durante a gravidez muitas mulheres preferem a afetividade ao erotismo ou ao sexo que podem partilhar com o seu companheiro. Este período de profundas mudanças pode deixar atrás de si um rasto de insegurança, nomeadamente nas suas relações sexuais.
Algumas mulheres conseguem descobrir e alcançar uma nova dimensão nas relações sexuais com o seu companheiro, ao passo que outras sentem-se mais receosas e frágeis e vêem no ato sexual um perigo para o bebé.
A maioria dos médicos considera que as relações sexuais não interferem em nada com o desenvolvimento do feto, salvo algumas excepções que cabem ao médico discriminar. O consenso apenas não existe no que respeita ao último mês de gestação.
A melhor solução para o receio de prejudicar o bebé passa pela adoção de novas posições sexuais, que evitem a pressão sobre o abdómen, sendo a mais aconselhável a lateral.
Outras cómodas e gratificantes são a mulher sentada em cima do companheiro, ambos deitados de costas, sentados e entrelaçados frente a frente ou com a mulher de joelhos.
As contra-indicações acontecem quando há risco de parto prematuro, que pode ser agravado pela relação devido quer às contrações produzidas pelo útero durante o orgasmo, quer pelo líquido seminal que contém uma substância com efeitos vasoactivos, a prostaglandina, que quando absorvida pode provocar contrações.
Outra situação em que se devem evitar as relações sexuais é quando a mulher tem placenta prévia, ou seja, quando esta está localizada sobre o colo do útero ou perto deste, porque as contrações podem levá-la a desviar-se ainda mais. No entanto, estas situações serão detectadas pelo seu médico após exames adequados pelo que, após estes, pode ficar tranquila.
Mas o maior problema está mesmo nas próprias grávidas. Cerca de 60% das mulheres não sente qualquer alteração no seu desejo sexual durante a gravidez, enquanto que algumas se sentem deprimidas devido a uma imagem de si mesmas completamente negativa.
Sentem-se pesadas e gordas, nada atraentes e acham que não podem agradar às outras pessoas, em especial ao companheiro. Neste caso é importante que este a faça sentir-se amada e desejada, sem nunca forçar a situação.
Outras sentem-se receosas e apenas o médico conseguirá, com algum esforço, levá-las a perder o medo instintivo de prejudicar o bebé. Também aqui o papel do companheiro é fundamental para desenvolver uma relação de afetividade e comunicação sexual que não dependa diretamente do coito.
A grávida pode ainda sentir-se inibida face às relações sexuais, uma vez que cerca de 40% das mulheres vê diminuído o seu desejo sexual durante a gravidez, sensação que pode estar associada à sensação de cansaço, peso, incomodos e manutenção de um ritmo de vida a que não estava habituada.
No outro prato da balança está a grávida que se sente totalmente eufórica e que experimenta um aumento do desejo sexual, o que acontece a cerca de 10% de mulheres. Esta atitude é a consequência das mudanças hormonais que provocam euforia.
Qualquer que seja a sua forma de encarar o sexo durante a gravidez, dispa-se de preconceitos e acima de tudo, confie no seu médico.