Cerca de 8 em cada 1000 crianças nascem com algum tipo malformação cardíaca, vulgarmente chamado de sopro no coração, que se devem a um desenvolvimento alterado do coração nas primeiras semanas de gravidez, pelo que a sua gravidade pode variar muito de criança para criança.
O que é o sopro no coração
O sopro do coração é o ruído provocado pela turbulência do fluxo do sangue dentro das cavidades cardíacas ou em veias e artérias, principalmente as ligadas ao coração. A turbulência resulta do aumento da velocidade do sangue ou de alguma anomalia anatómica dentro do coração ou nos vasos (artérias e veias).
A passagem do sangue por uma válvula ‘doente’ provoca um ruído característico, que faz lembrar um sopro. Os sintomas do sopro variam segundo a patologia e o paciente deve procurar o profissional, que irá indicar os exames necessários e delinear a doença e o tratamento.
Em muitos casos basta um acompanhamento do pediatra de 6 em 6 meses ou de ano a ano, mas quando as dúvidas predominam a criança é indicada para realizar um ecocardiograma, que irá fornecer as origens do sopro.
Quanto mais nova for a criança a quem foi detectado o sopro, mais possibilidades existem de se tratar de um problema grave.
Em 99% das vezes, o sopro não apresenta sintomas e a criança não sente nada pelo que este apenas é detectado durante os exames de rotina no pediatra. Apenas em casos raros o sopro é sinónimo de doença cardíaca grave que pode criar riscos à vida da criança.
Tipos de sopro cardíaco:
Existem vários tipos de sopro cardíaco: funcional ou inocente – detectado em crianças; sopro cardíaco causados por febre alta, anemias importantes e hipertiroidismo; sopro decorrente de doença cardíaca, congénita ou adquirida e o sopro que resulta de lesões nas válvulas cardíacas como sequela da febre reumática.
O sopro no coração, ou o barulho incaracterístico deste detectado pelo médico, nem sempre é sinal de doença. Em crianças completamente normais, pode existir o ‘sopro inocente’, que provoca apenas barulho. É comum em 50% das crianças no primeiro ano de vida, mas não causa nenhum tipo de dano e desaparece nos primeiros dez anos ou até a adolescência.
Sopro cardíaco funcional
O sopro funcional é de baixa intensidade, está localizado num ponto único e tem um som suave ao ouvido durante a auscultação. Não requer cuidados especiais, apenas acompanhamento médico anual da criança e decorre da desarmonia transitória do tamanho dos vasos e cavidades cardíacas, no primeiro ano de vida. Também pode resultar de doenças exteriores ao coração como febre elevada, hipertiroidismo e anemias.
Sopro cardíaco patológico
O sopro cardíaco patológico pode ser causados por alterações congénitas, em especial se a mãe contraiu rubéola nos primeiros três meses de gravidez. No adulto, quase sempre o sopro é causado por uma cardiopatia. Uma das causas mais comuns de sopro é a ligação defeituosa entre a artéria aorta e a artéria pulmonar.
As crianças em idade escolar, a partir dos sete anos e por vezes no pré-escolar (dos 2 aos 6 anos), podem ter febre reumática que deixa sequelas permanentes nas válvulas cardíacas. O problema pode ser evitado tratando-se adequadamente a infecção de garganta.
Sopro provocado por lesões nas válvulas cardíacas
Outras crianças podem desenvolver doenças cardíacas como consequência de inflamações, infecções ou como parte de uma doença geral do corpo, provocando um funcionamento anormal do coração.
Cada criança cardíaca é um caso particular pelo que a abordagem e o tratamento de cada uma é sempre especial e obriga a uma relação médico-doente-família muito aberta e confiante.
Se descobrir que o seu filho tem um sopro no coração, mantenha a calma, pois as hipóteses dele ser portador de distúrbio grave no coração são muito pequenas.
e não bebés ou crianças, esta realidade é muito mais ampla do que pode imaginar. O chamado Sopro no Coração pode logo começar a evidenciar-se na idade da infância, demonstrando a possível gravidade de