A história da irmã desconhecida, uma história de encantar para logo mais á noite contar ao seu filho.
A irmã desconhecida
Era uma vez um rei que tinha doze filhos, todos rapazes… Ele queria muito ter uma filha e, disse à sua esposa:
– Se nós tivéssemos uma menina, eu matava os nossos doze rapazes.
A mulher ficou chocada e, sabia que tudo o que o seu marido dizia, ele cumpria. O tempo passou e, ela engravidou, uma vez mais. Mas nessa altura, o rei teve que ir para a guerra e, deixou instruções para matarem os seus filhos, se desta vez nascesse uma menina. A rainha, amedrontada com a situação, foi falar com os filhos:
– Meus meninos, peço-vos que fujam! Se eu tiver um rapaz, içarei uma bandeira branca e vocês podem regressar. Mas se eu der à luz uma menina, içarei uma encarnada e, vocês devem manter-se bem longe daqui, para o vosso pai nunca vos achar!
E os rapazes assim fizeram. Meteram-se à estrada e, partiram. Tempos depois, foram verificar o que tinha acontecido e, viram que no alto do castelo estava içada uma bandeira encarnada. Com muita tristeza, decidiram esquecer a sua família e, ir para onde ninguém os achasse.
O tempo foi passando, e a menina cresceu, mas vendo sempre a tristeza da sua mãe.
Curiosa, a rapariga perguntou várias vezes à mãe, porque tinha doze arcas de roupa em casa, mas nunca conseguiu ter uma resposta. Um dia, encheu-se de coragem e, apontou um revólver à mãe:
– A primeira bala é para si, e a segunda para mim, se não me explicar o mistério destas arcas!
– Minha filha querida, eu não era para te contar, mas o meu desgosto é tão grande que, já não cabe dentro do meu peito! Antes de ti, eu tive doze magníficos meninos, que são os teus irmãos.
Mas o teu pai jurou que, se tivesse uma menina, os iria matar! Tu não tens culpa de nada, mas eu tinha de os proteger. Assim, eu mandei-os embora, antes do senhor meu marido cumprir a promessa!
Horrorizada com a situação e, sentindo-se responsável pela saída dos irmãos de casa, a rapariga decidiu pegar no anel do pai e, procurar os rapazes.
Entretanto, eles continuavam a viver juntos, e tinham jurado entre todos matar qualquer mulher que se aproximasse, já que por causa da sua irmã, eles estavam exilados. Por esta razão, havia sempre um que ficava em casa, enquanto os outros iam fazer o seu trabalho.
Um dia, o rapaz que estava em casa, viu uma rapariga aproximar-se:
– Quem és tu e, o que queres? – perguntou ele de maneira ameaçadora.
– Eu… eu só queria entrar um pouco, e… conhecer-vos!
Aí, ela mostrou-lhe o anel do pai e, ele não teve dúvidas que, era a sua irmã.
– Entra depressa ou, quando os meus irmãos chegarem, matam-te! – disse o rapaz, enternecido a olhar para a sua irmã mais nova e, em quem ele pensava muito.
Conversaram durante muitas horas, sobre as suas vidas, e ficaram a conhecer-se como, família que eram. O rapaz teve de fazer o jantar para os irmãos que deviam estar a chegar e, pediu à irmã para se esconder. Mas por distracção, ele pôs na mesa treze lugares e, não doze como era o costume:
– O que é isto? Quem está aqui dentro da nossa casa? – perguntou um dos rapazes que, tinha chegado.
– Ahhh…bem… peço desculpa, mas eu faltei à nossa promessa. É que apareceu a nossa irmã, que estava à nossa procura! Eu deixei-a entrar…
Nessa altura, a rapariga apareceu a chorar:
– Meus irmãos, peço-vos desculpa! Se eu não tivesse nascido, ainda hoje vocês podiam estar com os nossos pais. O melhor é eu morrer! Vocês devem odiar-me!!!
– Nada disso, não tens culpa, o nosso pai é que não gosta de nós! Mas tu… nós também estivemos enganados, por muito tempo! Jurámos matar qualquer mulher, mas foi sem pensar. Perdoa-nos!- declaram os rapazes, emocionados com o encontro.
Os treze irmãos envolveram-se num grande abraço, muito felizes por estarem todos juntos, como deveria sempre ter acontecido. A rapariga nunca mais voltou para junto dos pais, e viveram todos juntos, até à eternidade.
Pais, aqui uma sugestão de uma história vamos deixar para amanhã contar: O coelhinho palerma, história infantil