Quem nunca se derreteu a ver calçado para bebé nas montras das lojas. Mas como nem tudo o que reluz é ouro, também nem todo o calçado é o mais adequado para o seu bebé.
O estudo dos pés dos bebés tem sido, nos últimos anos, uma preocupação para algumas marcas de calçado infantil, em conjunto com muitos pediatras, porque o uso de calçado inadequado pode provocar deformações permanentes.
O calçado infantil sofreu assim algumas alterações e são já muitas as linhas exclusivamente dedicadas a contribuir para a boa formação dos pés das crianças, respeitando o seu desenvolvimento natural e a liberdade de movimentos dentro do sapato.
Ao adquirir um par de sapatinhos, tenha em conta que a confecção deve ser efectuada em pele natural, bastante flexível, sem costuras internas, com uma forma anatómica correcta. As linhas de calçado infantil apresentam também calçado apropriado para cada idade, tendo em conta as necessidades das diferentes etapas de crescimento.
Até aos oito meses de idade, o bebé passa a maior parte do tempo deitado, pelo que é aconselhável que esteja descalço em casa ou quando a temperatura ambiente o permita. No caso de sair de casa, os pés devem estar protegidos contra o frio.
O material utilizado para estes sapatinhos deve ser extremamente leve, em pele ou tecido natural para evitar que a criança transpire.
Nos dois meses seguintes, começam as primeiras tentativas para gatinhar e manter-se de pé, pelo que os sapatos já devem ter uma função protectora e segura. Além disso, é necessário que os pés se comecem a adaptar aos sapatos, pelo que é necessário um calçado de forma recta, o que proporciona total liberdade ao pé.
Depois dos dez meses, o bebé levanta-se sózinho, agarrando-se a tudo o que pode, e gatinha rapidamente. É então necessário um calçado mais forte, com uma protecção especial nas biqueiras, e ao mesmo que flexível, com a sola antiderrapante, para lhe evitar voos mais altos.
Os reforços posteriores e laterais do calçado são importantes para aconchegar o pé e para evitar vícios de postura que pode adquirir com esta idade. A forma deve ser anatómica, para permitir que o pé adopte a postura correcta.
A evolução do pé das crianças não é uniforme, sendo que os pés das raparigas crescem a um ritmo mais acelerado que os dos rapazes. À nascença, os pés apresentam uma estrutura composta por cartilagens e alguns pequenos ossos. A ossificação vai ter lugar até aos seis anos de idade quando atinge a forma semelhante ao do adulto. A formação final tem lugar entre os 14 e os 20 anos.
Um dos problemas mais frequentes é o chamado “pé-chato”, que causa dificuldades ao movimento da criança. É uma debilidade dos músculos e dos ligamentos que unem os ossos sobre os quais se apoia todo o corpo. Quando a pressão do peso do corpo se torna excessiva, a curvatura aplana-se. Pode tratar-se de um problema congénito, mas também surge durante o desenvolvimento da criança, mesmo na adolescência. Manifesta-se com dores ao caminhar e pode mesmo impossibilitar a prática de certos desportos.
Infelizmente é muito difícil estabelecer o diagnóstico antes dos 3 a 4 anos de idade.
É preciso também ter em conta que os pés da criança crescem bastante depressa embora de forma diferente consoante a idade, sendo mais rápido até aos seis anos de idade e tornando-se mais lento depois. O calçado deve adaptar-se às necessidades da criança e não ser apenas uma mera imitação do calçado dos adultos.