Era uma vez um homem muito rico que, emprestava dinheiro a todas as pessoas pobres da sua aldeia. A bondade transformava-se depois, em cobrar juros muito altos. Na aldeia habitava um homem que, já tinha muitas dívidas e, o ricaço foi a sua casa para ver se ele tinha alguns bens valiosos que, pudessem cobrir o empréstimo. Ao chegar lá, só encontrou o filho mais novo do aldeão, calmamente a brincar:
– Os teus pais estão em casa?
– Não. O meu pai foi cortar árvores vivas e plantar árvores mortas e, a minha mãe foi vender o vento e comprar a lua! – respondeu o menino.
O rico não percebeu e, ameaçou o menino, mas ele mantinha sempre a mesma resposta. Por fim, o homem declarou:
– Olha, se me explicares as tuas palavras, eu esqueço a dívida que os teus pais têm comigo. Isto é tão verdade, como o céu e a terra serem minhas testemunhas!
– O céu e a terra, não falam. Temos de arranjar um ser vivo, para ser testemunha. – disse a criança.
O ricaço apontou para uma mosca que estava no aro da porta e, afirmou:
– Esta mosca será a nossa testemunha!
Com as coisas resolvidas, o menino explicou de imediato:
– O meu pai foi cortar bambus para fazer uma cerca e, a minha mãe foi vender leques para comprar óleo para os nossos candeeiros! Agora não pode faltar à sua promessa!
– És um menino muito esperto! – e o homem rico saiu, soltando estrondosas gargalhadas.
Dias depois, ele voltou, e exigiu de novo o seu dinheiro. O menino ouvindo a conversa, declarou:
– Pai, não precisas de pagar. Ele fez uma promessa, e agora tem de cumprir!
– Eu nunca fiz tal promessa! É mentira! Tu és um pestinha! – disse zangado o homem rico.
Como nada se resolvia, o caso chegou ao conhecimento do proprietário das terras. O ricaço negava conhecer a criança, quanto mais ter lhe feito uma promessa. Já o menino, jurava que ele a tinha feito. Por fim, o proprietário disse:
– É a palavra de um contra o outro! Não posso julgar se, não há nenhuma testemunha!
– Havia uma testemunha. Uma mosca ouviu tudo! – disse o menino.
– Uma mosca? Estás a gozar comigo? – disse o proprietário, já num tom irritado.
– Não, senhor, não estou! Estava lá uma mosca, grande e gorda que, pousou no nariz deste senhor! – respondeu o menino.
– És um mentiroso. – berrou o homem rico. – A mosca não estava no meu nariz, mas sim no aro da porta!!!
Nesse momento, o proprietário das terras ficou pasmado a olhar para o ricaço. A afirmação do ricaço acabou por denunciá-lo. Estava confirmada a promessa do ricaço.
– No nariz ou no aro da porta, que diferença faz? O senhor fez a promessa, e assim a dívida está paga! – gracejou o menino, contente com a situação. A dívida foi esquecida, e o menino e os pais, viveram felizes para sempre…