Um dia na creche Fundação D. Pedro IV para o mundo, esse lado muito próprio das crianças, reproduz-se aqui, através destas simples palavras escritas que, jamais conseguirão retratar na perfeição o simbolismo do riso de uma criança.
A idade da inocência, como alguém um dia lhe chamou, é uma fase repleta de ingenuidade, magia, divertimento e brincadeiras. Dos gritos, alegria, sorrisos e do universo do “faz de conta”, as crianças pintam o mundo de gargalhadas de felicidade, alheias à amargura e crueldade dos acontecimentos que, felizmente não entendem. Da Fundação D. Pedro IV para o mundo, esse lado muito próprio das crianças, reproduz-se aqui, através destas simples palavras escritas que, jamais conseguirão retratar na perfeição, o simbolismo de um sorriso infantil…
Um dia na creche
O horário de abertura da fundação D. Pedro IV, é por volta das 8:30, mas muitas das crianças, chegam sensivelmente, às 9:30.
De seguida, dirigem-se para a sala que lhes foi destinada, consoante a sua idade. A adaptação da criança já foi feita, no dia em que pela primeira vez se viu separada dos recantos do seu lar e das pessoas, com quem diariamente vive. Inseridas num ambiente, onde tantas crianças procuram o conforto e diversão, começam as actividades que preenchem o seu dia a dia.
No estabelecimento de Arroios, da Fundação D.Pedro IV, as crianças mais novas, ainda na sala da creche, têm a oportunidade de realizar, actividades que proporcionam o seu bem estar, divertimento, higiene, segurança e alimentação. Desde muito cedo, a criança deve apreender estes conceitos e o que cada um deles representa para a sua vivência diária posterior.
A chegada
Por volta das 9:30, é realizada uma actividade com todo o grupo. A educadora Graça conta que, normalmente, o grupo da creche realiza uma actividade de expressão plástica ou conta uma história.
As crianças têm a oportunidade de entrar no mundo da imaginação, desenvolvendo o seu mundo mental, a sua forma de comunicar e de expressão. São esboços de desenhos ou formas, recheados de ilusão e palavras cheias de histórias que as fazem viajar, por outros locais diferentes ao que estão habituadas. Por vezes, elas mesmo contam uma história, o testemunho de um qualquer instante que, as marcou de alguma forma.
Aprendem a comunicar devidamente, a exprimir-se de forma verbal ou através do lápis e do papel. Podem ainda ser concebidas outras actividades mais livres, como por exemplo correr, saltar, movimentar o seu corpo, expandir e exercitar o seu lado físico.
Quando toda esta diversão termina, é a hora de pensar a sério acerca da sua higiene. Assim, é dada particular atenção e cuidado, a todos os preparativos que devem ser tidos em conta, antes de ter início a refeição. As crianças devem começar a perceber que, as suas mãos devem ser cuidadosamente lavadas, para que toda a sujidade seja devidamente retirada.
A hora da refeição
A noção de higiene terá que ser, por isso, um conceito a reter. Graça, a educadora deste grupo de creche, realça com insistência, este facto indispensável. Após colocarem o babete, vão deliciar-se com a refeição, preparada especialmente a pensar nelas e nas suas necessidades.
Já de barriga cheia, eis que o sono começa a fazer-se sentir verdadeiramente. A hora de dormirem, envolve o estabelecimento num silêncio total, ausente dos risos, choros, que as crianças há pouco reproduziam.
A hora da sesta
Descansam desde as 12:30 até cerca das 15 horas, altura em que vão brincar. Estas são brincadeiras livres, nas quais as crianças dão largas à sua imaginação e ao seu universo do “faz de conta”. As educadoras envolvem-se também nestas brincadeiras, para que as crianças percebam que o mundo dos adultos não é exclusivo deles e que também faz parte dos mais pequenos.
Além do mais, esta é certamente uma forma de aproximar crianças e educadoras, estabelecendo um contacto estreito entre a imagem da educadora, que à partida está ali apenas para os “vigiar”, e aquela pessoa que afinal de contas os compreende e junta-se a eles nas suas brincadeiras e diversões.
Estes momentos são também importantes para que o contacto entre as crianças, seja mais próximo e intenso. Partilham e trocam ideias próprias de cada um, permitindo assim, uma aproximação mais sólida entre os seus colegas. Mas, estes momentos de azáfama mútua com as outras crianças na Fundação, têm a sua hora estipulada, quando por volta das 16:30, regressam às suas casas.
Não só neste estabelecimento de Arroios, como em todos os outros, os dias processam-se desta forma. Os mais velhinhos, produzem atividades semelhantes mas, já com um grau superior de estimulação das capacidades, não só a nível de movimento, de formação pessoal e social, mas também a um nível intelectual. Exploram-se poesias, realizam-se teatros, pesquisam-se livros, para além das outras que anteriormente foram referidas.
Dias de Festa
Os dias são na sua maioria passados desta forma e seguindo estes moldes mas, por vezes, acontecem eventos diferentes: as festas. Estas celebrações podem ser efectuadas tendo em conta a época festiva, assinalada no calendário, ou então, quando se trata do aniversário de alguma das crianças. Assim, nunca deixam passar despercebido épocas como o Natal, o Carnaval, a Páscoa, o Dia do Pai e da Mãe, entre outros.
Um dia na creche especial – Dia de aniversário
Quando alguma das crianças faz anos, é feita uma pequena festa onde são cantados os parabéns e normalmente, os pais do aniversariante levam um bolo de aniversário, para assinalar de forma especial esta data.
Um dia na creche especial – Dia de Passeio
Outro dia diferente para as crianças, é quando vão passear, indo a museus, teatros, ou a algum local deste género, propícios para desenvolverem o seu contacto com o exterior.
Todo este contacto com os outros, adultos e crianças, e inclusivamente com o mundo, proporciona à criança a possibilidade de evoluir em torno da sua educação, das suas experiências, do seu carácter comunicativo e de expressão, definido as regras e os limites daquilo que a rodeia.
Amanhã, cerca das 9:30, este estabelecimento será novamente invadido pelo agradável barulho produzido pelas crianças, onde a idade da inocência se sobrepõe ao caótico mundo que as rodeia, mas que a pureza dos seus olhos não consegue descobrir. E, ainda bem que assim é… mais um dia na creche.