Nem sempre as crianças estão contentes. Tal como os adultos, muitos são os momentos de menor felicidade e de maior tristeza. Contudo, este mal estar é muito diferente daquele que estamos habituados por parte dos mais velhos. As crianças não se conseguem exprimir por palavras e, é necessário perceber quando o seu filho está a passar por uma fase de angústia ou por uma depressão infantil.
A depressão infantil
Confusa, triste e um pouco medrosa, a criança não consegue demonstrar por via das palavras o que a aflige ou que lhe provoca tamanha desilusão. Muito dificilmente conseguirá obter do seu filho uma palavra de mágoa ou de solidão, pois normalmente essa angústia expressa-se através de comportamentos estranhos e duvidosos em casa ou na escola.
Gritos ou berrarias incompreensíveis, podem ser um grave indício que algo não está a correr bem no universo infantil do seu filho. As pessoas nem sempre o conseguem compreender e julgam tratar-se de mais uma birra, do que algum sintoma de perturbação psicológica ou de incomodo relativamente a algo. Enquanto as crianças demonstrarem pequenos sinais, não estamos muito mal.
O pior é quando a criança se fecha no seu mundo e guarda tudo para si, sem exprimir o mínimo sintoma que seja. Os pais julgam tratar-se apenas de timidez, quando às vezes este confuso silêncio significa muito mais do que isso.
Os pais ou professores não fazem ideia do que se passa com a criança e, mais tarde quando atingirem a idade adulta, esses momentos de solidão, angústia ou medo terão a sua aparição de uma forma bem mais complexa e prejudicial.
Quando se fala de depressão infantil, esta pode ser motivada por um conjunto de situações ligadas ao mundo da criança ou mesmo acontecimentos exteriores que a marquem profundamente. A relação dos pais complicada e o ambiente familiar tem graves influências no estado psicológico da criança, que no futuro podem determinar o seu comportamento social e afetivo.
Sintomas de depressão infantil
A depressão infantil pode exprimir-se através de um comportamento exageradamente agressivo, ou pela via do silêncio, choro, expressão no rosto demasiadamente entristecido ou um comportamento apático e inexplicavelmente calmo. Porém, deve ter em conta que nem todos os choros são de tristeza e, há que saber fazer a devida distinção.
O facto de ter mudado de ambiente escolar ou mesmo da zona de residência, pode dar origem a uma depressão. Se não demonstrar e transmitir carinho ao seu filho, o mais certo é isso motivar uma apatia e tristeza da parte dele, já que se sente isolado e abandonado. As excessivas exigências que os pais fazem para com os filhos, podem originar uma pressão tão forte nas crianças que as mesmas não aguentam e acabam por se entregar ao estado depressivo.
O aparecimento de doenças, como é o caso do sarampo, deixam à sua passagem algumas reações nas crianças menos saudáveis e depressivas. A perda de energia ligada ao desaparecimento da doença, não se sabe muito bem se provem de características fisícas ou ao nível do ambiente, mas a certeza é que elas acontecem por diversas ocasiões.
Em fases de depressão infantil ou de suspeita, o ideal é consultar de imediato o pediatra da criança para que esta seja encaminhada para um psiquiatra infantil. Até se atingir o êxito da doença pode levar alguns anos, mas o fundamental é que a recuperação seja total e até à data, esse êxito tem-se vindo a verificar anos mais tarde.
É um trabalho lento recuperar uma depressão infantil, mas que favorece em muito a personalidade da criança, ainda que seja necessário um apoio e uma boa dose de comunicação por parte da família.