Cientistas americanos alertaram que a crise de obesidade enfrentada por vários países pode agravar-se ainda mais por causa da influência de alterações químicas sobre genes ocorrida no útero de mães grávidas obesas.
Por outras palavras, o aumento na incidência de obesidade entre mães ameaça a saúde de gerações futuras, podendo resultar numa epidemia de obesidade, disseram os cientistas.
Os investigadores constataram que mães obesas podem dar à luz filhos que se tornarão ainda mais gordos, resultando no aumento da obesidade através das gerações.
Os cientistas da Faculdade de Medicina Baylor, em Houston, no Estado americano do Texas, descobriram que, não os genes em si, mas alterações químicas ocorridas no útero materno e que afectam a forma como os genes se expressam é que seriam responsáveis pelo fenómeno.
Os nossos genes por si só não explicam totalmente porque somos de uma determinada forma – porque algumas pessoas desenvolvem cancro ou a doença de Alzheimer e outras tornam-se obesas, por exemplo.
Os cientistas acreditam que as condições no útero podem desempenhar um papel importante sobre o desenvolvimento do feto e determinar a sua saúde no futuro.
Os nossos genes não podem ser mudados, mas há indícios de que o ambiente do útero pode mudar a forma como eles funcionam, como se expressam.
Especificamente, no útero podem ocorrer alterações químicas que controlam o nível em que determinados genes funcionam – fenómeno conhecido como epigenética.
Há fortes indícios de que o peso da mãe tem um impacto no futuro peso de seus filhos, mas as razões para isto não são totalmente compreendidas pelos cientistas.