Digo que sou boa mãe porque dava a vida pela Mafalda e porque reconheço que, ao longo dos meus dias, irei cometer muitos erros e muitas falhas, mas sempre com a certeza de que estarei a fazer o melhor por ela.
Esta deve ser provavelmente uma das principais perguntas que qualquer mãe vai colocando ao longo da sua vida, e a partir do momento em que nasce o seu primeiro filho: “serei boa mãe?”. Esta foi, pelo menos, a questão que mais vezes eu tenho levantado de há um ano para cá, desde que nasceu a Mafalda…
Ser mãe é, sem dúvida, a maior responsabilidade por que qualquer mulher pode passar. Maior do que qualquer outra responsabilidade social, pessoal ou até mesmo profissional, por mais incrível que isso possa parecer.
Profissionalmente, por exemplo, já lidei com pessoas muito importantes, já trabalhei em projetos extremamente arriscados e já tive ao meu cargo verbas bastante elevadas para iniciativas de grande risco. Na altura tudo isto me parecia a maior responsabilidade da minha vida, e mesmo da vida de qualquer mortal. Hoje, sendo mãe, compreendo que nenhuma destas responsabilidades se pode equiparar à responsabilidade de ter, criar e educar um filho.
Ao longo destes últimos treze meses tenho lidado com a maior de qualquer responsabilidade: a minha filha. E com ela tenho aprendido valores que nunca antes havia tão fortemente interiorizado. Posso afirmar sem hesitações nem dúvidas que foi a maternidade que me ensinou o verdadeiro sentido das palavras ‘compromisso’ e ‘responsabilidade’ (e eu, que sempre fui uma pessoa bastante responsável e comprometida com tudo aquilo com que me envolvi ao longo da minha vida).
E foi precisamente por me ter deparado com tão elevados índices de responsabilidade, que ao longo deste tempo tantas vezes me questionei acerca da minha validade enquanto ‘boa mãe’. Uma dúvida que me invadiu fortemente nos primeiros meses de vida da minha filha, sobretudo quando me confrontava com situações totalmente novas para mim (as suas ‘insonias’ noturnas, os choros sem motivo, a preocupação com que o leite materno não fosse ‘bom’ ou em quantidade suficiente…).
Com o passar do tempo, julgo que como todas as mães, ganhei um à-vontade bastante grande, e hoje, com humildade q.b., julgo que posso afirmar que sou uma ‘boa mãe’. Digo-o porque o leio nos olhos da minha filha. Digo-o porque o percebo quando ela estende os braços a pedir o meu colo, ou me surpreende com um abraço ou um beijo desastrado.
Digo que sou boa mãe porque dava a vida pela Mafalda e porque reconheço que, ao longo dos meus dias, irei cometer muitos erros e muitas falhas, mas sempre com a certeza de que estarei a fazer o melhor por ela.